quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Filme: Desmundo


"Conta o roteiro do filme que mais ou menos na época de 1570, período em que se falava ainda o Português arcaico, e não existia a disciplina de um padrão linguístico, pois usavam uma certa mistura de Latim com o Português, que então chegam ao País algumas órfãs enviadas pela rainha de Portugal, tão somente para se casarem com os primeiros colonizadores portugueses.

Uma das muitas que pisam no Brasil-Colônia, foi Oribela, uma jovem donzela muito religiosa. O filme mostra que no seu primeiro relacionamento, ela diverge veementemente com o personagem, Afonso Soares D'Aragão, interpretação de Cacá Rosset, e sem saída, ver-se obrigada a constituir matrîmônio com Francisco de Albuquerque (Osmar Prado). Imatura e demais constrangida, Oribela pede a Francisco que lhe dê um tempo para que possa acostumar com a sua mudança de vida e com as obrigações domésticas. Duro e insensível, Francisco não aceita e não tem o mínimo de paciência com a postura da esposa, e passa a mal tratá-la e violentá-la.
Sentido-se humilhada e a pior das mulheres, tenta uma fulga frustrada para Portugal, acaba sendo capturada e acorrentada em cubículo, passa dias em cárcere chorando copiosamente. A única ajuda que tinha, era de uma índia, que cuidava de suas feridas do corpo e da alma. Um dia saiu do cativeiro, mas o sofrimento ainda alimentava o desejo de fulga para à terra de origem. Numa noite, teve a idéia de se vestir de homem, foi quando encontrou um português que morava na região e pediu ajuda. "

Lei Maria da Penha: contra a violência doméstica
Com relação ao filme ora citado, não posso deixar de mencionar a lei nº 11.340, denominada “Maria da Penha” (que ficou paraplégica ao receber um tiro do marido, e precisou de quase duas décadas e repercussão internacional do caso para punir o agressor), a lei visa coibir a violência doméstica e familiar.

A razão de ser da promulgação de lei específica se deve à longa opressão sofrida pela mulher durante milênios. Não é mais tolerável que, em pleno século XXI, a mulher não seja tratada com dignidade, principalmente no âmbito das relações familiares. De há muito as mulheres são desrespeitadas e desvalorizadas simplesmente por serem mulheres. A consciência desse tratamento injusto demorou a se expressar e dependeu do próprio esforço das mulheres.

É por tudo isso, e considerando o ainda elevado número de casos de violência doméstica no Brasil, que se justifica a promulgação da Lei 11.340/06, que merece toda a atenção e esforço da sociedade e do Estado, principalmente da autoridade jurídica, para a sua efetivação e aperfeiçoamento.

Só então, com a responsabilização dos agressores, será realizada a verdadeira Justiça.

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