domingo, 27 de julho de 2008

Trajetória Profissional:


Sou Nilcimar Carrijo, formada em Pedagogia pela Universidade Católica de Brasília ano de 1993/1997, com habilitação em Matérias Pedagógicas para o 2ª Grau E Orientação Educacional, com pós graduação em Psicopedagogia pela Universidade Candido Mendes-RJ.
Ingressei na Secretaria de Educação em fevereiro de 2000 como Orientadora Educacional na Escola Classe 44 de Ceilândia-DF, mas antes de chegar até aqui tive que transpor algumas barreiras e vencer alguns obstáculos. Sempre quis ser professora, mas meu pai dizia: “ Essa profissão não tem futuro tente outra melhor, pois com tantas profissões a escolher, por que logo essa?” Então para agradá-lo cursei o ensino médio, técnico em contabilidade, com isso meu pai ficou muito feliz. Na época era considerado um ótimo curso, mas no fundo não era aquilo que almejava, fiz tão somente para deixá-lo satisfeito, porém acabei gostando. Quando terminei o 2º grau fiz a mesma pergunta que muitos ainda fazem: E agora? O que fazer? Como ingressar no mercado de trabalho? Nem sabia o que fazer na verdade, pois o queria mesmo era ter feito o magistério. Me vi perdida e sem saber por onde começar.
Trabalhei em vários lugares, por último, em escritórios de contabilidade, ainda que tivesse atraída pelo tipo de trabalho, não sentia-me satisfeita. Anos depois, me vi conversando novamente com meu pai sobre meu futuro, a respeito do desejo de me tornar uma professora. Naquele momento meu pai me disse: “não gostaria que fizesse magistério, mas agora a escolha é sua, que realize e seja feliz.” Para mim naquele momento a opinião dele foi de suma importância. E com o seu aval fui logo atrás do que queria.
Então fiz complementação pedagógica durante um ano e meio e assim que terminei fui a busca de emprego, esse foi o período mais cruel, recebi um monte de nãos, mas não poderia esmorecer. Com muito esforço e procura, consegui um estágio no SESI de Taguatinga-DF, comecei a sentir o sabor de mais uma vitória, adorei. Agora sim, estava na profissão certa, então me convenci com mais evidência que queria ser uma PROFESSORA .
Terminado o estágio, e já cursando pedagogia que não era o curso dos meus sonhos, mas enfim... consegui um emprego em uma pequena escola particular, trabalhei por 2 anos nesta escola; e daí vieram outras e mais outras e com isso fui gostando do meu curso e me aperfeiçoando cada vez mais na área do magistério e assim terminei com muito orgulho e prazer.
No ano de 1997 passei no concurso público promovido pela Secretaria de Educação do Governo do DF, para o cargo de Orientadora Educacional. Foi outra vitória, e fiquei extremamente feliz. Todavia, qual foi minha decepção??? Exatamente a morosidade para ser nomeada, pois esperei três anos, mas tudo bem...
Enquanto isso, continuei trabalhando em pequenas escolas. Conheci uma pessoa em uma dessas escolas por onde passei que sempre dizia que onde fosse me levaria, eu não acreditava muito, entretanto sempre tinha esperança. Veja como é o destino: não é que me levou mesmo! Fiquei completa de alegria, pois iria trabalhar em uma escola de grande porte, no colégio AD1 (Colégio Professor Agnaldo Dantas), isto era muito importante para meu currículo; e por lá fiquei por um período de sete anos. Em 2000 fui chamada para a Secretaria de Educação do DF, peguei carga de 20 horas matutino e continuei no AD1 no período vespertino, pois gostava da escola e do que fazia, então resolvi ficar, me sentia completa. Lembrando que no AD1, era professora e na Secretaria de Educação do DF, Orientadora Educacional. Conciliei bem as tarefas, achava tudo isto muito bom, logo gosto das duas funções.
Chegando à Secretaria, passado algum tempo, fiquei muito decepcionada e até pensei em desistir em vários momentos.
Me passou pela cabeça, em momentos de desistir, mas pensava: Poxa, busquei tanto ser professora, atuar na Secretaria de Educação e agora que estou aqui, vou desistir? Não vou jamais!
Não tinha local de trabalho na escola, fazia atendimento em qualquer lugar da escola, meninos de 8, 9, 10 anos que não eram alfabetizados, classes de aceleração, uma direção não muito boa, me deparei com algo que nunca tinha vivido antes. Nossa como estava tudo difícil e confuso para mim naquele momento, foram dias de agonia e decepções. Conversava com um, com outro, pedia ajuda para quem eu imaginava que poderia me ajudar, e os dias foram se passando e eu adaptando a nova realidade da minha vida e profissão.
Na verdade trabalhava com duas realidades diferentes, de tarde em escola particular e de manhã na Secretaria. Enxerguei realidades bem diferentes, gritantes, contudo venci. E voltei a gostar do que fazia, à medida que me adaptava com aquelas situações mais difíceis, aprendia realizar meu trabalho com gosto, e tudo começou caminhar bem.
Em 2004 fui convidada a fazer parte da Equipe de Atendimento/Apoio à Aprendizagem, mais outro desafio, apesar disto fiquei feliz e ao mesmo tempo triste,
pois teria que sair do AD1 e me dedicar exclusivamente a Equipe, logo o trabalho necessitava de pessoas para trabalhar 40 horas semanais. Tive que refletir muito, e me expor com meus pais e com minha Irmã. Depois de vários entendimentos e dúvidas, tive que tomar uma decisão, não sei se foi a mais correta, contudo tomei.
Então optei por ficar na Equipe de Atendimento, até porque estava com problemas de doença na família e naquele momento fiz o que tinha que ser feito. Fiquei na Equipe de Atendimento. Uma pedagoga e uma psicóloga, duas pessoas incríveis que apareceram na minha vida, Eu e elas fomos uma Equipe de verdade, sempre unidas e fortes. Foi de muita valia o nosso trabalho e não me arrependo de nada, portanto servimos muito e aprendemos bastante.
Em 2008, mês de maio, recebi a notícia de que os Orientadores teriam que deixar as equipes e cada um teria que ficar em uma escola e que nas Equipes não iria ter mais orientador. Nossa, foi uma bomba que caiu sobre minha cabeça.
Relutei, briguei, enfrentei alguns desafios, digo, nós, porque a minha equipe estava junto nessa luta. Perdemos esta batalha difícil, não teve jeito, tive que sair mesmo da Equipe de Atendimento/Apoio à Aprendizagem.
Hoje ando decepcionada com a Secretaria de Estado de Educação e com alguns colegas que não souberam buscar por nossa permanência na Equipe.
Enfim, estou trabalhando na Escola Classe 03 de Ceilândia-DF, ainda não me adaptei a nova realidade, portanto isso aconteceu a pouco tempo. Gosto do que faço e me esforço em fazer o melhor, contudo não deixo de estar frustrada com o que aconteceu.
Sei que ainda vou ter algumas batalhas perdidas na Secretaria, mas não quero e não posso deixar de acreditar que podemos ganhar outras, e dando valor no trabalho que posso fazer, dentro da minha profissão de EDUCADORA. Quero estar sempre consciente da importância de tudo isto e seguir buscando o melhor, dentro do possível e quem sabe, do impossível.

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